quinta-feira, 26 de maio de 2016

REALMENTE, ELE HÁ COISAS!

Por motivos profissionais esta semana reli o livro de Maria Rosa Colaço "Maria Tonta como eu". Foi escrito há 33 anos, devo-o ter lido pela primeira vez com cerca de 17, 18 anos e ainda hoje que me passam tantos livros pelas mãos, foi dos livros para crianças mais bonitos que já li.
Pela história contada na primeira pessoa por uma menina nascida numa pequena aldeia do Alentejo, educada pela mãe, viúva, porque me faz lembrar um pouco da minha infância, também como filha única e como Maria Tonta que ainda hoje sou. 
E fez-me pensar no facto do conceito de infância se ter vindo a alterar ao longo dos tempos (pelo menos no mundo ocidental), e se actualmente tudo fazemos para que nada falte às nossas crianças, tratando-as tantas vezes como se fossem de porcelana e proporcionando-lhes o acesso a tudo o que estes tempos modernos permitem e exigem, francamente não sei se serão mais felizes por isso e se amanhã serão adultos mais estruturados e preparados para a vida em relação às gerações anteriores. 
O futuro o dirá, pensarão alguns, mas o futuro não se constrói no presente?
Haverá resposta para estas questões colocadas no livro, pelo olhar duma criança; "Por que será que nenhuma miséria é solidária com outra miséria? Ele há coisas!... Por que é que quanto mais a vida nos magoa menos nos importamos com a dor alheia?"


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