quinta-feira, 30 de abril de 2015

CARTA A UMA ESTRANHA

Permite que te trate por tu, na certeza de um dia andarmos de mãos dadas, não como amigas, mas como fatalidade da vida.
Sei que existes, mas nunca te vi o rosto, não sei se és alta ou baixa, gorda ou magra, nova ou velha, apenas senti a tua presença. Mas, sim, existes, mas finjo – fingimos todos, não é? – que o nosso dia está ainda muito longe em tempo e em pensamento, e desejamos que aqueles que amamos não se antecipem a nós.
Corres o mundo como se fosses vento, tal é o teu poder, escolhes frequentemente as tuas vítimas de forma imprevisível, todos sabem o teu nome, mas pronunciam-no a medo, todos te temem e talvez por isso te respeitem, reconheço que para além da tua crueldade, ocasionalmente ages por compaixão, mas mesmo assim és tão fria que choca, tão amarga que arrepia, tão triste que dói, deixas um rasto de sofrimento que se entranha em nós que é difícil de gerir, que muitas vezes há necessidade de reaprender a viver.
Em dois meses levaste-me três familiares, todos irmãos, que deixaram viúvos, que deixaram órfãos filhos, netos, irmãos, sobrinhos, amigos e é essa tua arrogância que te torna ainda mais desprezível, morte impiedosa.



terça-feira, 28 de abril de 2015

segunda-feira, 27 de abril de 2015

SERMÃO DEVERAS IMPORTANTE

Caro São Pedro, diz o povo, e como sabes o povo é sábio, que és tu o manda-chuva. A chuva como todos sabemos faz muita falta, a isto, aquilo, aqueloutro, etc., no entanto venho fazer-te um humilde pedido, com antecedência, não vá a internet aí no céu ser lenta e depois não teres tempo de atender esta minha súplica.
Indo directamente ao assunto, num próximo dia de Maio, tenho uma cerimónia - muito do teu agrado - um baptizado. Ora, tendo esta pobre alma já escolhido o outfit, que consta de vestidinho fresco e airoso e sandalitas, diz-me que condições tenho eu de fazer boa figura, se continuares a insistir na chuva e depois do trabalho de arranjar o cabelinho, chegar à cerimónia, já com o dito todo esmorecido?
Sabes que nestas coisas dos trapos - e noutras - as mulheres são vaidosas e se estiver um dia ameno e radiante, sem chuva e sem vento, a possibilidade do outfit brilhar é maior, e a pessoa até posa para a fotografia com outro ânimo, convencidíssima que está a fazer um figurão.
Dirás tu que o que interessa neste caso é a união das crianças - sim das crianças, que na minha família, procria-se e bem - a Cristo, pronto, é o teu dever, mas continuo a insistir, São Pedro, não me lixes a toilette.



sábado, 25 de abril de 2015

MEMÓRIAS

Os meus pais, hoje na casa dos 70, apenas fizeram a instrução primária - primeiro ciclo. O meu pai calçou pela primeira vez uns sapatos quando foi fazer o exame da quarta classe na sede do concelho. Começou a trabalhar como metalúrgico aos 10 anos, a minha mãe começou com 14 anos numa empresa de fabrico de vidro, onde entrava às 8 da manhã e saia às 6 da tarde,  tendo que percorrer a pé 6 Km por dia. Ainda me lembro dos meus pais trabalharem a semana inglesa (tinham que trabalhar ao sábado de manhã). Lembro-me de ser criança e a fábrica onde o meu pai trabalhava passar por dificuldades e dos trabalhadores estarem em greve. O meu pai era delegado sindical e lembro-me como se fosse agora, dele entrar em casa depois do trabalho com uma gaveta coberta de livros e debaixo desses livros estar dinheiro para entregar aos trabalhadores, para que eles conseguissem aguentar a greve, dinheiro esse angariado pelo sindicato, vindo de várias fontes. O dinheiro tinha que ficar bem guardado por causa da Pide e o meu pai trazia-o para casa até ele ser distribuído pelos trabalhadores, lembro-me do sobressalto que se vivia em minha casa nessas noites, com medo dalguma visita indesejada. O meu pai chegou a ser interrogado pela Pide.
Oiço muitas vezes os meus pais e outras pessoas contarem da miséria em que se vivia nesses tempos, em que uma sardinha tinha que ser dividida por vários membros duma família.
Tinha 7 anos em 25 de Abril de 1974, e fui para a rua festejá-lo sem grande noção do que se estava a passar, mas se os meus pais, gente trabalhadora e honesta, o festejavam e estavam felizes porque o país, as pessoas podiam finalmente viver em liberdade e com qualidade, acreditei e festejei.
Hoje, dia 25 de Abril de 2015, este país está uma merda, é verdade, mas apenas a mediocridade, a ignorância, o saudosismo bafiento podem afirmar que antes da revolução dos cravos é que isto era bom.


sexta-feira, 24 de abril de 2015

CAMBADA DE INSENSÍVEIS

Sempre gostei das séries de televisão americanas que retratam o quotidiano dos hospitais e dos seus profissionais, como, Serviço de Urgência; Clínica Privada; House e Anatomia de Grey.
Bem sabemos que todas elas pecam por apresentarem erros médicos, mas, caramba, quem não gostaria de ser tratado pelos médicos que abundam naquelas séries e daquela maneira, como se fossemos o único paciente à face da terra, com toda uma equipa a tratar do nosso caso? Quem não se importaria nada de ir parar ao hospital com uma espinha encravada na garganta e ser assistida pelo Dr. Derek Shepherd da Anatomia de Grey? Eu, ao vivo e a cores!
Pois parece que já não vai ser possível, porque a produção decidiu matar o personagem. Então mas isto é assim? Não se devia auscultar em referendo, os espectadores da série? Brincamos, é?
Ai, que não, o actor Patrick Dempsey passou-se, anda com tiques de vedeta que já não se aguenta e portanto a sua personagem vai quinar.
Se os senhores produtores andassem há longas temporadas embrulhados com a sonsa da Ellen Pompeo (Dra. Meredith Grey), também já se tinham passado da marmita.
Fiquem sabendo que esta espinha na garganta não me passa facilmente, e deixo aqui um repto a todas as compatriotas de bom gosto, no sentido de acabarmos com esta medida anti-democrática, em véspera de mais um aniversário do 25 de Abril.


Buáááááááááá



quinta-feira, 23 de abril de 2015

ESTES TIPOS MATAM-ME DO CORAÇÃO

A minha pessoa, eu, Maguizinha, nasceu no pico do Verão, num dia quente e grande. 
Mas, a minha pessoa, não cresceu grande coisa em altura, ficando-se pelo metro e cinquenta e poucochinho, mais parecendo ter nascido em dia de Inverno ciclónico, frio e chuvoso, com trovoada e relâmpagos, como num presságio da pessoa crescer, pouco mais que um anão.
Ora, confesso, que esta minha pessoa sempre teve um piqueno complexo com esta baixa estatura que sempre tentou compensar com saltos altos, bem altos de preferência, desde tenra idade, (12, 13 anos) e mesmo usando os ditos saltos altos, esta pessoa continua a ser pequena, até esforçando-se por andar quase de andas, ao ponto dos dedinhos dos pés já estarem encarquilhados.
Não se enervem, que agora vem a parte cientifica e como tal, mais interessante.
Pois em cima desta grandessíssima frustração, de ser petite, surgiu recentemente um estudo feito por investigadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que demonstra que as pessoas baixas têm maior tendência para sofrer de doenças cardíacas. Referem os senhores investigadores que uma pessoa com 1,50 metros tem mais 32% de probabilidades de desenvolver uma doença cardíaca do que uma outra pessoa que tenha 1,68 metros.
Caríssimos investigadores, ide de enxada ao ombro cavar terra e façam o favor de se meterem com alguém do vosso tamanho!
Irra!!!!!!!!


segunda-feira, 20 de abril de 2015

LEITINHO FRESCO

Afinal a situação nos hospitais portugueses é bem pior do que se imaginava, ao ponto dos respectivos Conselhos de Administração, já confundirem as suas enfermeiras com vacas leiteiras.
Isto porque segundo veiculado na imprensa nacional, duas enfermeiras, uma do Hospital de São João e outra do Hospital de Santo António foram obrigadas a comprovar que ainda estão a amamentar. Sim senhor, entregaram uma declaração médica atestando isso mesmo.
Não senhor, não é o suficiente, toca de porem as maminhas ao léu e espremerem até sair o milagroso líquido, (protocolo obligé!), não tivessem as maganas a enganar a entidade patronal e a alimentar as crias com Quinta do Vesúvio Vinho do Porto Vintage 2008.
Espero que o leite espremido tenha sido servido ao Conselho de Administração, num belíssimo cocktail, pois assim não se desperdiçou.
Não querendo enfadar os Exmos. Conselhos de Administração, que estão bastante ocupados a tratar-nos da saúde, gostaria de saber (e alertar) se já estabeleceram um protocolo, que me parece bastante pertinente, no caso de terem que confirmar se alguma funcionária tiver que fazer tratamentos de infertilidade.


domingo, 19 de abril de 2015

APROVEITAR BEM OS DIAS

Acordar hoje às onze horas, fez-me voltar aos anos de adolescência, tempo sem grandes preocupações em que as manhãs dos fins-de-semana eram passados a dormir, com o privilégio da minha mãe me ir levar o pequeno almoço à cama (à excepção dos Verões em que trabalhava e me levantava cedo).   
Depois tomar o pequeno almoço nas calmas, sem preocupação de decidir ou fazer o almoço,  porque é dia de almoçar com os pais e saborear a comidinha da mãe que sabe sempre diferente e melhor que tudo o resto. 
E saborear estas refeições em família, sem pressas, como se o tempo parasse por instantes para nos congratularmos com a companhia uns dos outros e ao mesmo tempo nos relembrar que estes momentos são efémeros e talvez por isso tão especiais. E agradeço à vida estas pequenas oportunidades, em que me sinto feliz, e me convenço que tenho que aprender a gerir a mágoa pelos entes queridos que partem, tornando-a numa doce lembrança.
Não, não é fácil, mas a dor transforma e faz-nos mais sensatos. Assim espero!


sexta-feira, 17 de abril de 2015

PARA A MINHA TIA A.

"Morre-se nada
quando chega a vez
é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos"
                                                                                                                     Mia Couto

terça-feira, 14 de abril de 2015

IMPORTA-SE DE REPETIR

Relativamente à reportagem da TVI "1 hora e 35 minutos", transmitida ontem, que mostra o funcionamento dos serviços de urgência nos hospitais públicos portugueses, um serviço que como todos sabemos funciona de forma caótica, com falta de meios materiais e humanos, veio hoje o Sr. Secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Leal da Cunha, comentar a tal reportagem com pérolas destas: "vem confirmar a opinião que eu tenho, que os serviços de urgência em Portugal funcionam muito bem, ... O que nós vimos foram pessoas bem instaladas, bem deitadas, em macas com proteção anti queda, em macas estacionadas em locais apropriados, ... Vimos hospitais modernos".

Desde já congratulo-me pelo facto do Sr. Secretário de Estado Adjunto da Saúde nunca ter precisado de recorrer aos serviços de urgência dos hospitais públicos.
Gostaria de saber quem/o que legitima o Sr. Secretário de Estado Adjunto da Saúde para humilhar, ofender, troçar do povo português desta maneira leviana e desavergonhada.

Infelizmente, nós portugueses, não merecemos melhor, porque elegemos esta gente, que se arroga no direito de fazer e dizer barbaridades impunemente.


segunda-feira, 13 de abril de 2015

NESTE BLOG TAMBÉM SE COMENTA MODA


Bai Ling nos MTV Movie Awards 2015
Comentar, eu até comentava, mas não sei o que dizer, fiquei sem palavras ....
Não sabem quem é Bai Ling? Nem eu, mas para o caso não interessa nada, só me preocupa o facto de trazer a tiracolo um antepassado seu.

domingo, 12 de abril de 2015

DIA COMPLETO


Depois de mais de 2 meses em que foste viver a tua vida para longe, voltaste ao nosso ninho por uns dias.
E é bom sentir a tua presença física, porque quando não estás apenas te sinto no meu coração. É bom olhar para ti e sentir-te feliz, confiante, e é tão bom olhar para ti e ver-te chuchar no dedo, porque esse teu vício traz-me de volta a tua infância.
É bom quando a nossa casa, a nossa vida se volta a encher completamente.
De cada vez que partes levas um bocadinho de mim, de cada vez que chegas dás-me um bocadinho de ti, e desta maneira equilibro-me.
Só peço que o tempo passe devagarinho nestes dias em que a tenho, (não tenhas pressa tempo, afinal para onde vais?), vem pausadamente e deixa-me saborear a companhia da minha menina - mulher feita - mas para sempre a minha primeira criança, a que primeiro me chamou mãe, a que primeiro me deu este amor intemporal.


sábado, 11 de abril de 2015

À TUA ESPERA


Até amanhã, minha filha.
(A foto é pirosa, eu sei ..., 
tende compaixão por esta mãe!)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

CÁDÊ?



Este moço de seu nome Bruno Cabrerizo, brasileiro, actor, diz que gostaria de ficar em Portugal. Eu, moça distraída nem sabia que ele estava em Portugal, onde? onde?

Bruno, filho, tu fica, que em Portugal a malta é hospitaleira e tratando-se do povo irrrmão, a gente dá tudo, não é meninas pessoas?


ONTEM ACABEI O DIA ASSIM

E foi perfeito.
Assistir ao concerto de Miguel Araújo, Crónicas da cidade grande.
Eita, país do nosso desencanto, que nos dás artistas desta qualidade, com um talento enorme e sem vedetismos.



quarta-feira, 8 de abril de 2015

E POR AÍ, TAMBÉM CHOVE?

E então? Sempre ouvi dizer que em "Abril águas mil".
Esta chuvinha é para meninos, logo, logo, já podem calçar a sandalita do Louboutin, que vai tão bem com os vestidinhos e as túnicas da Primark.
Vamos lá mexer esses traseiros, que o Verão não tarda.
Corram, caminhem, façam flexões, o pino, a espargata, saltem à corda, joguem à macaca, peçam conselhos ao treinador - perdão! ao personal trainer.
Desintoxiquem o corpo e a mente, com sumos de couve lombarda e alho francês.
Não querem ficar com o corpinho firme e hirto, para fazerem uma bonita figura dentro dos triquinis, por esses areais fora?
Ponham os olhos na boazona da Raquel Welch nos seus anos áureos, não é para invejar é para motivar.
Agradeçam só depois dos resultados obtidos.
Bom treino.




terça-feira, 7 de abril de 2015

AVÓS

Tenho saudades dos meus avós maternos.
Os meus pais trabalhavam, sou filha única, a minha casa durante o dia era a casa dos meus avós, onde almoçava, onde estava até à chegada dos meus pais.
Brincava-se na rua até tarde, com os amigos de sempre e com aqueles que conhecíamos no Verão, os “banhistas”, que vinham dos arredores com as famílias para apanhar banhos de sol e de mar. Quando íamos para a escola os pais não nos acompanhavam, entrávamos e saíamos em grupo.
Tenho muitas lembranças dos meus avós, lembro-me de ouvir fado e música popular com o meu avô (aprendi a gostar de Tristão da Silva, Tony de Matos, Francisco José), num grande gira discos que ele tinha, lembro-me de ir passear com a minha avó em “excursões”, lembro-me de estar com ela grandes temporadas em casa do meu tio em Lisboa, em Entrecampos, e de brincar com a filha da porteira do prédio, menina da minha idade.
Lembro-me de escrever cartas ditadas pela minha avó (que era analfabeta) para os irmãos e sobrinha, emigrantes em França.
Lembro-me da comida em casa dos meus avós; do bacalhau guisado, de comer gaivota, de comer toninho (golfinho pequeno) que dava à costa – chamem-me selvagem – ainda hoje lhes sinto o sabor, (não esperneiem mais, que hoje não os comeria). Lembro-me da minha avó me dar dinheiro para comprar bombocas.
Lembro-me do grande brinco-de-princesa vermelho que pendia pela parede, na entrada de casa deles, lembro-me do poço no pátio, das escadas para o terraço.
Lembro-me da companhia que eles me faziam e que eu lhes fazia, principalmente a minha avó, pequenina, mas uma mulher rija, lembro-me das tardes de Verão passadas com ela em casa da Sra. Aurora, a ver passar os turistas.
Lembro-me do meu avô nos últimos anos de vida, beber vinho quente às refeições.
Lembro-me da minha avó quando se chateava com ele, chamar-lhe “velho da cadela”.
Apenas o meu avô já não conheceu a minha filha mais nova.
Gostava (gosto) muito deles, foram uma parte muito importante da minha vida, foram uns avós presentes e amigos, sonho muitas vezes com eles e é um sonho bom.
Devia ser proibido os avós morrerem aos netos, sem estes ficarem com uma recordação, uma memória deles, com os seus rostos gravados nos seus corações.
Sorte a minha que os tive até muito tarde.
Tenho saudades dos meus avós, mas é uma saudade que não dói, é uma lembrança bonita e feliz.
A minha avó faria hoje 105 anos. Parabéns vó!



segunda-feira, 6 de abril de 2015

FALANDO DE PARTES BAIXAS …

Conseguem identificar esta imagem?



“O que quer que tenhas lá em baixo, é normal”, são palavras do seu autor, o escultor britânico Jamie McCartney.

Ainda não sabem do que se trata?
São pipis, passarinhas, piriquitas.

É um dos 10 painéis duma escultura que representa 400 vaginas, que demorou cinco anos a concretizar e que mede oito metros. Os moldes foram feitos a partir dos originais ao vivo e a cores, de mulheres dos 18 aos 76 anos que se dispuseram a revelar a sua anatomia, desde avós, mães, filhas, irmãs gémeas, mulheres transsexuais, mulheres antes e depois do parto.
O grande objectivo do autor é mudar a imagem corporal da mulher.

Grande Muralha das Vaginas 

Como tal, decidiu criar esta obra como uma chamada de atenção, pelo facto da labioplastia ser uma das cirurgias estéticas muito procuradas nos Estados Unidos da América e no Reino Unido, por isso realça que esta escultura não é sobre sexo, não é pornográfica, nem sequer erótica. É apenas uma forma de mostrar às mulheres - através da sua arte - que as suas vaginas são normais independentemente do feitio e tamanho.

O artista vai mais longe e pretende fazer uma muralha mundial de vaginas.
Mr. McCartney, se passar por Portugal, voluntario-me desde já, porque gosto de desafios e de abraçar causas nobres, (além de que o meu pipi é uma pequena obra de arte, que ficaria bem no seu mural).





domingo, 5 de abril de 2015

VIVA LA VIDA

A Páscoa brindou-nos com um fim de semana soalheiro para desempoeirar o corpo e aquietar a alma e aproveitei-o da melhor maneira possível, além de ensombrado por dramas tão próximos.
Mas aprende-se com isso, não nos levando muito a sério, usufruindo de cada minuto, porque não controlamos, não sabemos o que vem a seguir.
Viver serenamente mas com intensidade as nossas alegrias, mas também os nossos medos, as nossas frustrações, as nossas lutas, sem baixar os braços, sem culpas, viver com gosto e paixão, é honrar aqueles que não o podem fazer.

Pinhal de Leiria

Óbidos



sexta-feira, 3 de abril de 2015

DOR

Olhamos para a doença e para o sofrimento alheios, à distância, passamos ao lado com medo de contágio, temos pena sim, não os queremos nem desejamos para nós nem para ninguém, mas continuamos com as nossas vidas, mas quando a dor e o sofrimento ficam mais perto de nós, dos que nos tocam, dos que gostamos, achamos impossível e injusto, ficamos perplexos e fica difícil de gerir, queremos acreditar que no dia seguinte melhora, gostamos de nos iludir porque por momentos fica mais fácil.
Nada na vida é perfeito, devia de o ser no fim, quando tudo acaba, devia ser digno e pacifico e não doloroso e sofrido, como se os últimos momentos de pesadelo, acabassem por definir toda a nossa vida.
Mas ainda quero acreditar que amanhã pode melhor e isso de alguma forma apazígua-me.


quarta-feira, 1 de abril de 2015

CHEF PRECISA-SE

Se há coisa de que não gosto é de cozinhar, nunca tive grande jeito nem grande gosto. Talvez pela falta de gosto e porque como pouco, é que falho no jeito. Admiro aquelas pessoas que fazem a ementa para toda a semana, eu não consigo, não devo ser organizada o suficiente para isso, acabo por não variar muito e quando inovo e a malta cá de casa gosta, abuso desse prato ou daqueles que me saem sempre bem (poucos, mas acontece). Não tenho paciência para ver programas de culinária, onde aparecem sempre ingredientes que devem vir duma galáxia longínqua e a loiça que aquela gente suja, não lembra a ninguém! Nem me imagino a fazer duas refeições por dia todos os dias. Durante a semana só faço jantar e já é um grande calvário, aos fins de semana almoçamos nos meus pais (vénia). E aquelas pessoas que têm dedinho para a cozinha, cá para mim têm um pacto com o demo, mas mesmo assim davam-me um jeitão aqui em casa. Quando a minha malta se arma em esquisita, lembro-me sempre do senhor da minha infância que caçava e comia cobras ...
Se quiserem enviar alguma marmita à cobrança, fiquem a saber que me contento com pouco, umas sopinhas e uns petiscos, é pá mas o pior são os outros ...