segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ENTÃO E OS ÓSCARES?

Não vi. Mas parece que foi a noite do Leozinho, ainda não vi o filme, mas acredito que tenha sido muito merecido. (Olha, moço, agora que ganhaste finalmente o Óscar e fiando nas más línguas - o que é sempre uma gaita! -, vê lá se começas a tomar banhito com mais regularidade.)
Quanto aos restantes vencedores, gostei imenso do Caso Spotlight, que é baseado na história verídica duma investigação jornalística sobre casos de pedofilia no seio da Igreja Católica e tenho pena que Mark Ruffalo não tenha ganho o Óscar de Melhor Actor Secundário pela sua interpretação no filme, adoro este actor, (mas reconheço que Mark Rylance foi um justo vencedor), mas sou tendenciosa, que querem? Agrada-me mais o outro Mark.
Quanto aos vencidos, já vão muito bem servidos com as prendas que recebem só por estarem nomeados, principalmente as senhoras, que recebem um brinquedo sexual, portanto não vibram duma maneira, vibram doutra.
Em relação aos vestidos de chita e aos pechisbeques usados pelas estrelas, vão ler a Pipoca que ela é que percebe da poda, mas sou bem ´ssoa para um dia destes assentar acerca do assunto.



domingo, 28 de fevereiro de 2016

51 ANOS DE CASAMENTO

Parabéns, aos noivos mais bonitos dos anos 60 do século XX, que têm sido os melhores pais desta única filha e um grande apoio na minha vida.
Que estejamos todos juntos até - pelo menos - as Bodas de Vinho.
Tão linda a minha mãe.




sábado, 27 de fevereiro de 2016

QUANDO SE ME VARRE A MEMÓRIA

Tenho uma memória privilegiada, a chamada memória de elefante, lembro-me de coisas passadas que não lembram ao Diabo, sei os nomes completos de muitos familiares, colegas e amigos, as suas datas de nascimento, sei o que fiz no Verão passado e no anterior, sei, lembro-me sem esforço.
Então porque é que em casa, quando tiro os óculos da cara, nunca sei onde os ponho, ando sempre desesperada à procura deles e não apenas às vezes, é todos os dias. Na era da tecnologia - ainda esta semana vi com os olhinhos e os óculos, uma impressora 3D a criar objectos -,  porque é que não inventam qualquer coisinha, que venha acoplada aos óculos e que berre, grite ou esperneie, quando andamos à sua procura. Só pode ser má vontade!
E as esferográficas, porque é que no trabalho também ando sempre à procura delas? É que elas não abundam lá no serviço!
Muito selectiva esta minha memória, para me esfrangalhar os nervos é do melhorzinho.





sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O MÁRIO AUGUSTO QUE BROTA EM MIM

Desde sempre me lembro de gostar de cinema, desde sempre me lembro de ir ao cinema. Já vi tantos filmes que lhes perdi a conta, já ri em muitos, chorei noutros, entediei-me nalguns, odiei e amei outros tantos. Continua a ser dos meus passatempos preferidos. O último filme que vi, deixou-me completamente rendida, Carol, com Cate Blanchett e Rooney Mara. A história de amor entre duas mulheres, de idades e classes sociais diferentes, na América dos anos 50 do século passado, uma  história forte e ao mesmo tempo frágil, um amor que vai acontecendo devagar, que se percebe no olhar de ambas, nas suas atitudes, até nos seus pensamentos. 
Gostei principalmente desta história de amor ser dirigida com gentileza e consideração, e da esplêndida banda sonora.
Devastadora e brilhante a cena em que Carol, a personagem de Blanchett, em processo de divórcio, abdica da custódia da filha em favor do marido - pedindo-lhe que a deixe ver quando quiser e que o caso não vá parar a tribunal - porque não pode renunciar à pessoa que é, nem ao amor que sente por outra mulher. 
E eu acho que elas foram felizes para sempre, (é cliché e ódepois não pode?)



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

JIMMY MA MEN

O actor Jamie Foxx (XX, para os amigos como eu), em resposta à polémica da atribuição dos Óscares deste ano, em que não há actores de cor nomeados, referiu que o problema não é racial, é apenas, uma questão de boas interpretações.
Jimmy, é por isso que eu gosto de ti, porque não só és bom comó milho um homem charmoso, como és inteligente. Concordo contigo, os prémios não são para o actor/actriz com a pele mais clara ou mais escura, mais bonita ou menos bonita, com mais pó de arroz ou menos, mas sim, para quem merece o prémio em relação aos seus pares, na arte de representar. Claro, que as nomeações, os premiados, não são unânimes, mas considerar isso um problema racial é exagerado. 
A interrogação a colocar é se todos - brancos, negros, amarelos, vermelhos, às riscas - têm a mesma igualdade de oportunidades na atribuição de papéis, quer no cinema, quer na televisão.



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

DE NORMA A DIVA

Em 1946, com apenas 20 anos, a jovem aspirante a actriz, Norma Jeane Baker, fez um teste para o estúdio FOX, onde juntamente com um dos responsáveis do estúdio, assumiu um nome diferente. O nome da maior deusa, sex-simbol, pin-up da história do cinema e da própria América - Marilyn Monroe, símbolo do glamour e do deslumbramento de Hollywood. Dizem que nunca foi feliz, acabando por falecer em circunstâncias pouco claras, com apenas 36 anos. 
A foto de baixo - que não pretende ser ofensiva, nem chocante - mostra a actriz no seu leito de morte. A mim, parece-me mais bonita que nunca e com uma serenidade, que provavelmente nunca atingiu em vida. Lembra-me a história da Bela Adormecida, à espera do príncipe encantado que a salve com um simples beijo.



terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

FRAGILIDADES

Todos nós temos as nossas fragilidades, (penso eu de que), eu tenho muitas, como tal, gosto/preciso de um ombro amigo, um colo, um puxão, uma ajuda para me levantar, quando elas tocam bem fundo. 
E quando essas fragilidades não permitem, não aceitam ajuda? Quando todos à volta tentam ajudar, e a pessoa recusa, porque não, porque está bem, porque passa, amanhã já não é nada, como agir? O que fazer? E essas pessoas que não querem, ou não podem perceber, o estado em que se encontram e recusam ajuda, começam a contaminar o ambiente à sua volta, e chega a um ponto em que aqueles que desesperadamente tentam ajudar, desistem, (porque também são frágeis) e não querem saber, que se lixe, a vida é deles, façam como entenderem. Mais difícil do que tentar ajudar, é compreender o porquê da recusa, quando salta à vista a degradação física e mental, quando sabemos que mais uns passos e a pessoa cai num abismo sem fim. Vidas! Vidas tão pesadas, quando se perde o equilíbrio, caramba.


sábado, 20 de fevereiro de 2016

EM NOME DE UMBERTO



"O bom de um livro é que se leia."
                                       Umberto Eco, 1932 - 19 de Fevereiro 2016


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

BOM FIM-DE-SEMANA

Se eu tivesse um cão, seria como este da imagem, um cão-leitor, (que também, me preparasse um chá, para acompanhar a leitura)!

Ilustração via Pinterest

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

DESAPARECEU DE CASA, VESTE DE VERMELHO, CHAMA-SE KETCHUP

Esta pessoa vai jantar ao McDonald´s, - escusa de vir a brigada das FP comida saudável, que eu como onde me apetece, quando me apetece, o que me apetece, e até pago a conta - já a salivar pelas batatas fritas mergulhadas em ketchup, esta pessoa percorre todo o espaço à procura dos barris de ketchup, para levar uma dúzia de mini mini tacinhas com o dito, não encontra. Esta pessoa faz o pedido, dirige-se à mesa para os morfes, nada de ketchup. Drama! Como vou eu comer as batatas, se estas só me sabem bem a pingar naquele molhinho? Dirijo-me ao balcão e pergunto ao funcionário se o ketchup se paga, responde-me que não e dá-me duas miseráveis saquetas daquilo, sendo uma para mim, outra para a minha filha. Despejo-o sobre as batatas, e fico embeiçada que aquilo não cobre nem metade das minhas ricas batatas. 
Mas, desde quando é que o McDonald´s, adoptou esta prática fascista, hein? Ai agora querem ser uma cadeia de fast-food gourmet? Não tarda estão a servir um prato de lascas de alho francês frito, em molho de soja com apontamentos de aveia. Vão-se cozer!  

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A OLHAR O CÉU

Se me perguntarem qual o momento mais marcante da minha vida, não preciso de pensar muito para responder. Não, não foi o dia do meu casamento, que sim senhores, casei com a pessoa que queria a meu lado e continuo a querer, nesta coisa da vida, mas não, que cheguei ao fim do dia e só queria dormir, cruzes credo! Não, não foi o nascimento das minhas filhas, que mudou a pessoa que eu era blá blá blá, que conheci o amor incondicional blá, blá blá, que isso até os bichos sentem. Mas, sim, foi um momento relacionado com uma das minhas filhas, no dia 7 de Fevereiro de 2015, quando a mais velha partiu para o Reino Unido, para ir exercer com dignidade a profissão que escolheu. Bem certo o ditado que diz, estudar para chegar longe. 
Lembro-me de no aeroporto, estarem 4 famílias a olharem especadas para o avião até ele levantar voo, lembro-me de chegar a casa como se estivesse amputada de um membro, lembro-me de começar a receber telefonemas das outras mães, para me dizerem, "o avião já aterrou, elas chegaram, já sabia?".
De cada vez, que ela parte, lembro-me de olhar para o céu, à procura de um avião, não vá ela acenar-me com a mão.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

LEITURAS SECRETAS

O segundo livro secreto que me calhou em sorte, pertence à autora do desafio, e que livro, e que autor. A Tragédia da Rua das Flores de Eça de Queiróz, escritor português, de quem gosto muito. Em adolescente li grande parte da sua obra, inclusive este livro que agora relembrei.
Eça de Queirós é um fotógrafo das palavras, tal a inteligência, vivacidade e realidade com que escrevia, que consigo visualizar os cenários, as personagens dos seus livros com grande facilidade, até o som do frou-frou dos vestidos das senhoras consigo "ouvir", também aprecio bastante o seu humor, refinado e sarcástico e alguns termos usados, como «pândega»; os amigos tratarem-se muito por «menino».  
Tanto na Tragédia, como em outros seus livros, Eça faz o retrato de uma sociedade (aquela em que viveu) que aparentava mais do que na realidade tinha - uma sociedade que neste aspecto continua muito real, hoje em dia - uma sociedade hedonista, que vivia para as aparências, em que no meio do enredo surge um grande amor impossível, incestuoso (mórbido), neste caso, entre mãe e filho.
Ao lê-lo, veio-me à memória, uma série portuguesa dos anos 80, adaptada do livro, em que as personagens principais, Genoveva e Victor eram interpretadas pelos actores Lurdes Norberto e Antonino Solmer.
É sempre um prazer ler Eça de Queiróz. 
O "freguês" que se segue é Carlos Ruiz Zafón, (acabadinho de chegar).


domingo, 14 de fevereiro de 2016

À MINHA BEIRA

Areia pelo ar, o vento que ruge furioso, assustador!



DO VERBO AMAR

ISTO não é amor,  não se conjuga assim o verbo amar, não se pode, não se deve gostar de quem nos faz mal, quem nos maltrata. O amor não é assim. 
    

                                             

sábado, 13 de fevereiro de 2016

MAGUI E O FUTEBOL

De futebol, sei que são 2 equipas em campo durante 90 minutos, cada uma com 11 jogadores, e que quando a bola entra na baliza do adversário é golo (não havendo falta cometida). Sei também que em Portugal é o desporto rei, portanto, não sei nada acerca de futebol. 
Mas, uma coisa eu sei, no futebol, como em tudo na vida, há que saber dignificar a profissão e o clube/empresa/associação/entidade/etc., onde estamos inseridos, do qual fazemos parte. E as palavras do treinador do Benfica, Rui Vitória, ontem depois do jogo com o Futebol Clube do Porto, são bem exemplo disso; "tivemos cinco, seis oportunidades. Não fomos eficazes e assim é difícil. Encontrámos o Casillas a fazer uma grande exibição e a tirar bolas de golo. O FC Porto foi mais eficaz", disse o Mister.
Pois, mes amis, também é assim que se distinguem os grandes clubes, saber reconhecer a eficácia do adversário, admitir os erros, saber ser humilde na hora da derrota, e isso, não é para todos. Certo?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

PERGUNTA PARA QUEIJINHO

Quantos iogurtes Actimel é necessário beber para me sentir estimulada a sair de casa com esta chuva, este frio, este vento? Esta tarde estive em casa a gozar uma folga e ainda não parei, esperem, parei agora para me sentar ao computador, isso faz de mim uma imparável de Inverno?


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

PESSOAS DO CORAÇÃO

Há pessoas que se entranharam na minha vida e foram ficando de mansinho - não muitas, que eu cá sou patologicamente anti-social - pessoas que partilharam comigo projectos profissionais, com quem vivi momentos tão bons, pessoas com lutas e ideais comuns (e, também com algumas diferenças), pessoas que me fazem tão bem, mesmo que por questões várias estejamos tempo sem nos vermos, mas que permanecem para sempre.
Hoje durante uma hora, voltei a juntar-me a uma delas e soube a pouco, por isso, mantivemos a promessa tantas vezes repetida e falhada, de estarmos mais vezes, mais tempo juntas, rirmos, chorarmos, galhofarmos, lavarmos a porra da alma, que tantas vezes está encharcada em lodo. Prometo, prometes também?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

EM CHOQUE!

Alguém leu esta noticia? Ou fui eu que a sonhei, que a inventei, que enlouqueci e ando a pregar o apocalipse? O que é isto? Quem são estas bestas do Boko Haram, que utilizam crianças para este fim? Quem são estes bandidos, assassinos, cobardes, mutantes, que sabem como é fácil iludir e influenciar crianças? Por que horror passaram estas crianças para fazer o que fizeram? 
Mas nada vai mudar pois não? Enquanto a preocupação for cobrir estátuas nuas, para que um palerma qualquer não se indigne ao ver tetas e colhões de pedra, o mundo vai ensandecendo, e nós com ele ...


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

HOJE FOI ASSIM ...

depois de almoço e antes de ir para o velório da minha tia, eu que sou tão gulosa, mas pouco dada a gelados, comi uma taça de gelado, com chantilly e groselha, que me afagou um bocadinho a alma e o coração. E agora reparo, que nem olhei para o mar ...


sábado, 6 de fevereiro de 2016

ALERTA ÀS COLECTIVIDADES RECREATIVAS E AFINS

Exmos. Srs., advirto para o facto - e, contrariamente ao que seria expectável no nosso país  nesta altura do ano - que a meteorologia não está favorável aos desfiles de Carnaval, (mas vocês é que sabem do vosso vigor carnavalesco).


JANOTAS

Todos juntos, de novo.

Imagem via Pinterest

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

LAMENTOS

Quando nos levantamos manhã cedo, esperamos a mesma rotina de sempre, do trabalho, dos nossos hábitos, das nossas vidas. Esperamos mais um dia, vivido ao nosso ritmo, ao sabor daquilo que temos, que desejamos, por que lutamos, esperamos chegar a casa ao fim do dia, nem sempre bem dispostos, é certo, mas o reencontro com os nossos, reconcilia-nos e conforta-nos. 
Quando nos levantamos pela manhã, não sabemos que surpresas o dia nos reserva, não sabemos as quedas, as rasteiras que a vida está a planear para nós. Quando o dia nasce, não pensamos, não queremos saber que de repente, a vida como a conhecemos pode desaparecer, que num segundo tudo se modifica, tudo se desconstrói.
Uns dizem que é o destino, ninguém lhe pode escapar, é o que tem que ser. Não sei, o que sei é que foi uma vida jovem que se perdeu, podiam ter sido três, o destino não quis. Eu continuo a não saber, a não perceber, porque acontece assim e não de outra maneira, não compreendo a adrenalina, a emoção das velocidades, só sei que tenho muito, muito medo e que lamento tanto, mas tanto que me martiriza.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

UMA LUTA QUE É DE TODOS

Dia Mundial de Luta contra o Cancro, hoje, 4 de Fevereiro. Em Portugal, por hora, morrem 3 pessoas vítimas de cancro, estima-se que a nível mundial esta doença mate cerca de 8 milhões de pessoas por ano, contabilizando mais mortes que o VIH/SIDA, a tuberculose e a malária juntas. Esta é, portanto, uma luta que nos diz respeito a todos, aos que padecem dela e todos os outros, a quem esta terrível doença já terá levado entes queridos, entre familiares e amigos.
É necessário alertar a população para estar atenta aos sintomas, mas também reivindicar junto dos governantes condições dignas para estes doentes, (médicas e não só), mais investimento nesta área, é preciso profissionais de saúde mais sensíveis e atentos (estou a recordar-me do caso de um colega com cancro, a quem a Junta Médica da ADSE considerou apto ao trabalho e que passados dias faleceu).
Não julgo quem apregoa a doença aos sete ventos, quem se isola, quem exibe sem receio a sua careca, quem sente vergonha, revolta, injustiça, desespero, quem nem sequer consegue pronunciar a palavra cancro, é uma dor muito pessoal, cada um reage à sua maneira, o melhor - ou o pior - que consegue, que sabe. Eu sei lá como reagiria se de repente a vida me começasse a fugir aos bocadinhos, eu sei lá, caramba ...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

DECLARAÇÃO DE AMOR

Quando me deito nos teus braços ao fim do dia, fecho os olhos, espreguiço-me e o meu corpo relaxa, o meu cérebro fica em branco (olha, que novidade!), e para ali fico num deleite, em que aqueles momentos compensam os acontecimentos menos bons do dia, e deixo-me ficar num entorpecimento tão doce, tão bom, tão calmo, que o sono vai chegando de mansinho, custando tanto lagar-te, mas na certeza que ao outro dia lá estarás, assim eu possa de novo voltar a ti, meu caro e estimado sofá.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

PASSA O TEMPO

Ainda ontem menina e moça me levaram de casa de minha mãe, ainda ontem tinha em mim todos os sonhos do mundo, ainda ontem era tão filha, hoje sou tão mãe, ainda ontem era tão ingénua, hoje finjo que o sou. Ainda ontem não sabia que rumo levaria a minha vida, ainda hoje continuo a não saber. Ainda ontem era tão moça, hoje já nem tanto, porque o tempo esse ilusionista, passa por mim desdenhoso, e eu corro atrás dele, sempre à espera de alcançar o infinito. 
Ainda ontem era menina, e hoje que sou mulher, não renego o meu lado menineiro, porque preciso dele para viver, porque ainda preciso do colo da minha mãe, porque ainda preciso de sonhar, porque preciso de brincar, preciso que me passem a mão pela cabeça, preciso de ouvir: já passa. Preciso de continuar a ser menina, para saber ser mulher, e se algum dia me esquecer e perder de mim, chamem-me menina, talvez, quem sabe, eu consiga voltar.
O tempo como passa...