segunda-feira, 30 de outubro de 2017

DA VIDA DOS OUTROS

Dos muitos comentários que tenho, essencialmente lido, acerca do tristemente célebre acórdão assinado pelo juiz Neto de Moura, no caso de violência doméstica, surge com muita frequência a palavra - machismo.
Não concordo.
Porque não somos, nós mulheres, as primeiras a condenar outras mulheres que praticam adultério?
Não somos nós mulheres a adjectivar de "cabra", "puta" essas mulheres? 
Não somos nós mulheres, do cimo da nossa ignorância a sentirmo-nos superiores, perante elas?
Não somos nós mulheres, que estabelecemos diferença entre um homem que comete adultério e uma mulher?
Não somos nós mulheres que ofendemos uma mulher adúltera, ao pactuarmos  com o nosso silêncio, com a violência física ou psicológica que lhe for infligida pelo marido?
Com que direito o fazemos? Acaso sabemos da motivação? Acaso sabemos quão miserável essa mulher se sente para praticar adultério?
Ou como se sentiu depois do acto consumado?
Ou que raio temos nós com isso?
Não deverá essa questão ser tratada entre 4 paredes e respeitada a decisão que for tomada entre marido e mulher, sem juízos de valor?
Não temos de compreender, se assim o entendermos, muito menos temos de humilhar.
E depois admiramo-nos com os desprezíveis, amargurados e insanos Netos de Moura que existem por este país fora!


8 comentários:

  1. Sem querer tirar lhe alguma razão, eu nunca digo nunca. Não é minha intenção, mas...
    Não tenho põe hábito condenar quem o faz, mas sim dizer que antes de cometer adultério pensasse.
    Agora um juiz admitir que o marido fez muito bem, vai uma grande diferença acho eu.
    Boa semana.

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    1. Penso que ninguém tem essa intenção, até que aconteça.
      A minha opinião, que vale o que vale, não pretende de maneira nenhuma ser factor de compreensão ou concordância com a decisão do juíz, que considero obscena.
      Boa semana, Mena é obrigada pelo comentário.

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  2. Pois... a culpa não está só na decisão do juiz... :s

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    1. A culpa é da sociedade, a que todos pertencemos e que dá à luz mentes perversas como a do senhor juíz,dignas de carrasco da Idade Média.

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  3. Pequeno caso sério31 outubro, 2017

    As gajas ainda têm muito que aprender com os gajos que no que ao "encobrimento " diz respeito. Dão 10 a 0 ao gajedo e é raro arranjar um gajo que diga mal de outro que tenha sido adúltero. Não quero dizer com isto que concorde nem discorde. Se não me diz respeito meto a viola no saco embora às vezes a minha vontade seja tirá - la e tocar para toda a gente ouvir.

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    1. Um homem adúltero é uma raça de puro sangue, enquanto uma mulher é uma galdéria.
      Se não me atinge não tenho nada com isso.

      Tira a viola do saco e faz uma serenata ao juíz, até levares o homem à loucura (ah, espera, louco já ele é!)

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  4. Um juiz deve cumprir a lei....e não julgar de acordo com a sua vontade...

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. As alegações que ele faz são de uma perplexidade atroz

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