AS MINHAS DORES

são como a galinha da vizinha, mais gordas.

Mais penosas, mais negras, mais insuportáveis, pelo simples facto de serem minhas. 

Esta gripe que me atacou e  meteu na cama, ninguém a sente como eu.

As dores nas articulações, a tosse que me queima os pulmões,  o medo que a febre volte em força, o tremer de frio assim como de repente ficar com calor como se estivessem 30 graus à sombra, ninguém vivencia como eu. 

O meu primo cujo funeral decorre neste momento do outro lado do Atlântico, sinto-o de forma diferente. É o meu pesar,  o meu sentir mais negro. 

O meu primo, cujo funeral se realiza (se a memória não me atraiçoa) precisamente dez anos depois do funeral de uma outra prima, na flor da idade. É a minha dor, diferente das demais. 

O meu primo que faleceu com a mesma doença, no mesmo órgão, que vitimou o irmão. 

Há coincidências ou não? 

A lembrança de todos os outros primos que partiram tão cedo. 

De que fibra somos feitos nós,  que somos tantos? 

Hoje, carrego comigo todas as minhas dores, tão profundas, porque são minhas.

Este não é um post sobre a morte, é sobre a vida, sobre a sensibilidade,  a fragilidade, o egoísmo, o choro, o medo, a afectividade, de que ainda sou capaz. 

ESTE NÃO É UM MAMMY BLOG... # 3

mas tenho coisas a dizer sobre amamentação.

Primeiro que tudo cair em fundamentalismos é perigoso, cada um tem direito à sua opinião, pois que a dê e siga a sua vida.

A amamentação é um processo essencial para a saúde do bebé e para estabelecer uma maior relação de afectividade entre mãe e filho, acredito nisso, como tal amamentei as minhas filhas.
Uma durante um ano, a outra os primeiros 4 meses de vida.
A que amamentei durante um ano sempre teve problemas alérgicos que não foram atenuando com a idade, pelo contrário.
A outra faz amigdalites como quem masca pastilha elástica.
Esta foi e continua a ser a minha realidade.
Amamentei até elas quererem e as migas produzirem leite para esse efeito, o que não evitou que as miúdas tivessem alguns problemas de saúde.
Hoje, voltaria a proceder da mesma forma, mesmo sabendo dos tais problemas.
E então, isso dá-me o direito a ser a dona da verdade em questões de amamentação? De criticar mulheres que optam por não amamentar?
Dá-me o direito de atormentar uma mãe sobre os beneficios da amamentação, se ela não o pretende fazer, se está suficientemente esclarecida e sabe o que é melhor para a sua cria e também para si?
Não, não dá.
De lhe chamar cabra insensível que apenas pretende continuar com as tetas hirtas e firmes? Tenho eu com isso?
É salutar a partilha de experiências, de pontos de vista, ideias, sem no entanto, as impor ou fazer juízos de valor, pois se ninguém gosta de ser criticado que aja com os outros da mesma forma.
Em relação a quem amamenta em público, não me causa qualquer estranheza ou incómodo. 
No caso de alguém se sentir constrangido perante tal situação, parece-me que o mais correcto é pedir à mãe que cubra o acto com uma fralda, um pano, o que for do que convidá-la a fazê-lo noutro local.
Agora ide e não se enervem, que uma opinião vale o que vale.

OLHEM A MINHA VIDA!!

Como sabeis, os blogues com notoriedade são aqueles cujos autores expõem a céu aberto a família, o cão, o gato, o cágado, a periquita, a casa, os sofás, o soalho flutuante, o psiché, as viagens que fazem, os hotéis onde pernoitam, os restaurantes onde comem, as roupas que vestem, concluindo qu´isto já vai chato, as vidas glamorosas que têm (aparentemente).

Ora quem não gosta de coscuvilhar saber de vidas assim em bom?

Quem quer ver fotos das crianças/adolescentes a fazer birra? - eu, eu! - a lamber ranhoca, a arrepelar cabelo, enquanto as mães estendem a roupa, aspiram, passam a ferro, limpam o pó, ao mesmo tempo que tentam fazer a receita de arroz com atum da Dra. Cristas, porque não têm uma senhora lá de casa como a Ju?

Enquanto o pai sai porta fora, que bardamerda, não foi para aturar isto que se casou e teve gaiatada? Todos nós Ninguém, né?

A minha vida é um nadita diferente, mas gosto quinté dela e só a trocava com a Rainha de Sabá.

Por vezes lá calha, sim senhores, ter vidinha sem fazer ponta de corno, com direito a viagens, a relex, massagens e o catano (pagas por mim, mas fiquem sossegados que peço factura com número de contribuinte), cuma gaja também é filha de Deus.

Magui não és ateía? Pá, tá bem, mas isto soa bem, calem-se...

ASSALTO AO AEROPORTO 6

Se estão a pensar viajar de avião, tenham cuidado.

Não me refiro aos aviões, que continuam a ser dos transportes mais seguros para viajar, mas sim, aos aeroportos.

Locais muito perigosos, altamente inflamáveis, principalmente se estiverem perto de microfones.

Prudência, senhores.

PODE SER, PODE? VÁ LÁ...

Se há coisa que me enoja é ver alguém cuspir para o chão.

Fico baldeada do estômago.

Não é que eu veja muito futebol na TV (ou ao vivo e a cores), mas sempre que isso acontece, lá estão os garbosos atletas a mandar uma posta de cuspo para adubar o relvado.

Cá para mim o realizador anda sempre à cata duma cuspidela para fazer um grande plano.

Vai daí, que esta cabeça pensadora teve uma ideia que não lembra ao diabo.

Porque é que não colocam uns contentores junto dos relvados, para que os jogadores possam cuspir lá para dentro e até deitar fora uma ranhoca, sem uma pessoa estar a pôr os olhos naquilo? Hum?

Podem contratar a Joana Vasconcelos para fazer uns contentores todos catitas - sem transparências, faxavor!

E aposto que há malucos coleccionadores dispostos a dar uma fortuna por um grama de cuspo de alguns jogadores, o que seria mais uma fonte de rendimento para eles, para os clubes e até para o Estado que aplicava uma taxa sobre o fosfato inorgânico presente na saliva.

Ficávamos todos a ganhar.

AQUI POR CASA

andam a ver a série Suits, com a Meghan Markle actual Duquesa de "Xuxexe".

Eu cá não sigo, de vez em quando boto-lhe o olho, mas não me atrai.

E devia, porque o protagonista é um moço interessante, do ponto de vista duma senhora de 52 anos.

Mas a série é irritante aos meus olhos.

Escritório de advogados, ou será uma penthouse?

Todos super elegantes, eles de fato e gravata, bem penteados e barbeados, quase que cheiro o after shave caríssimo que usam.

Elas, lindas, altas, magras, bem maquilhadas, de stilettos, bonitas jóias, prontes, o suficiente para eu não gostar daquilo.

Esta actriz então, tira-me do sério, parece uma deusa com dois metros de altura,  raiosapartam.

Gina Torres

SEXTA-FEIRA

chego a casa, contentinha da vida.

Fim-de-semana à minha frente sem trabalho no sábado, entretanto saída para programa fixe e coiso.

Vou ver os meus e-mails onde consta a factura da electricidade.

Verifico o valor com 3 dígitos e uns trocos e faleço.

A sorte é que não precisei de 3 dias para ressuscitar, foram cerca de uns segundos, mas sei que há ali um lapso de tempo que se apagou da minha memória.

Depois só me apeteceu vestir um colete amarelo, e sair por aí à paulada a quem nos rouba descaradamente.

FETICHE

Dasssss!!! E eu tinha que sofrer de obstipação!!!

DA MINHA JANELA

do edifício onde trabalho, via até há pouco tempo, este cenário.

Gostava dele.

Imaginava que o telhado estava apaixonado pela árvore e lhe dava abrigo e a protegia, enquanto a árvore tornava invulgar um telhado comum.

Entretanto, cortaram a árvore.

Passei a olhar menos pela janela.

FREDDIE

Vi recentemente o filme Bohemian Rhapsody, sobre os Queen, em particular o seu lendário vocalista Freddie Mercury.

Parece que o filme apresenta algumas discrepâncias, não sendo totalmente fiel à trajetória da banda e dos seus elementos. 

O que não foi suficiente para eu não gostar do filme, em especial da belíssima interpretação do actor Rami Malek no papel de Mercury. 

Sou fã incondicional de Freddie Mercury e o que me interessava específicamente era ouvir Queen, rever a pose inconfundível de Freddie em palco, muito bem conseguida por Malek.

Freddie era um homem reservado quanto à sua vida privada.

Gostei que o filme abordasse de forma natural a sexualidade do cantor, não fazendo dela nem da sua doença o foco central da história.

Não tem um fim triste, celebra a vida de Freddie não a sua morte.
Se há Óscar que este filme merece é o de Melhor Maquilhagem/Caracterização.

Mercury morreu precocemente, mas será sempre recordado pelos seus fãs como o génio e artista que era, único e insubstituível.

MAR DE JANEIRO

Não fosse o frio sentido, que me tolhe o corpo e juntar-me-ia às gaivotas como se fosse uma delas.

AMIGOS DA ONÇA

Este Natal recebi 6 caixas de bombons de pessoas queridas.

Brigadinha, sim, também gosto muito de vocês.

O que me salva é a minha esquisitice em matéria de chocolates (e o facto de ainda andar com as tripas em rebuliço) ao contrário de uns e outros que moram cá em casa que são como as botas da tropa, sempre a marchar!

ESTOU UMA PILHA DE NERVOS

sentada junto ao telefone à espera duma chamada do PR, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo consta vai telefonar a todos os portugueses - aqueles que não têm telefone, devem dirigir-se à Junta de Freguesia da sua área de residência.

Não sei qual o critério, porque depois da Cristina Ferreira, coise, só sei que agora sou eu. (Ponto final parágrafo)

Estou nervosa mas muito entusiasmada.

Tenho à mão a Constituição da República Portuguesa, edição anotada, a biografia de Cristiano Ronaldo, O Capital de Marx, a minha folha de vencimento e o livro infantil Por que damos beijos? da espanhola Carmen Gil, como tal acho-me preparada para a conversa com Sua Excelência.



ESTA MANHÃ

quando seguia para o trabalho e olhava para o manto branco de geada que cobria os caminhos, principalmente o pinhal ou o que resta dele, imaginei ali enterradas, pessoas nuas apenas com a cabeça de fora.

E não, não me estou a por a jeito para ir ao programa do Goucha.

Nunca vi assim o pinhal como hoje, porque os pinheiros o protegiam, a ele e a nós. 

E foi assim, que imaginei naquele cenário, os incendiários enterrados até ao pescoço.

Foto de Álvaro Letra

 

 (a quem pedi a foto, ele é que ainda não sabe!)

 

TAMBEM FORAM ATACADOS?

Não me refiro ao Bolsonaro, mas a uma virose gastro-intestinal que me atacou as entranhas.

Não fosse eu uma senhora e descrevia-a aqui em 10 cantos, tal e qual Os Lusíadas (que na pujança da idade em que os li, achei aquilo uma bela merda.)

Foi de tal forma, que passei o dia de ontem de cama, alternando com as idas à casa-de-banho.

Só espero que a aversão com que estou à comida, principalmente a doces, dure uns quantos dias.

A parva da optimista que mora em mim, já me disse que foi um bom detox!

Vocês nada, né?

Não é que vos deseje mal, mas pelo menos, sentia-me acompanhada.

INTENÇÕES, RESOLUÇÕES, ÕES, ÕES

Nunca fiz, não faço lista de intenções aquando da chegada dum novo ano.

Conheço-me suficientemente bem e deste modo não me desiludo tanto comigo mesma.

Como sempre, como todos os anos desejo ter saúde, o resto virá por acréscimo como diz o povo e o povo unido a dizer o mesmo faz muito sentido.

Este é um ano em que terá lugar um acontecimento marcante na minha vida e eu só quero que seja um momento feliz.

Gostava de dizer menos palavrões, mas parece que quem os diz são excelentes pessoas e eu quero se uma delas, portanto nada feito.

Gostava de me azedar menos, mas acho que estive a marinar em vinha d´alhos no ventre da minha mãe, também não é por aí.

Comer melhor? Fazer mais exercício físico?

Posso trocar as perguntas como num concurso de tv?

Um dia de cada vez, que 48 horas num só, não é para mim que já sou moça que ultrapassou a barreira do som dos 50.

Gostava tanto que este país tomasse jeito.

Mas nós os portugueses não somos nada exigentes.

Se tivermos a barriga cheia, um tecto para morar e o carro na garagem para o passeio dos tristes, ´tá-se bem.

Cada um por si, que os bandidos dos políticos e sus muchachos também se abotoam como podem.

Ora, car@lhØ.