Já procurei em vão pela felicidade plena, até perceber que tal não existe. Existem momentos de felicidade que posso/quero guardar e relembrar, já tive fases boas na vida e outras menos boas, mas todas elas me ensinaram alguma coisa.
Ensinaram-me que - mesmo sendo uma alma desassossegada - se pode viver com mais calma, sem maus humores, birras, ensinaram-me a aceitar com um sorriso - mesmo quando dói - , ensinaram-me que sou eu que tenho que definir o meu caminho, ensinaram-me que devagarinho e com vontade tudo se resolve. Ensinaram-me a agarrar cada bocadinho bom, a viver um dia de cada vez, a viver apenas o presente - o único tempo que realmente existe.
Ensinaram-me a descontrair, a não sofrer por antecipação, ensinaram-me a gostar mais de mim, para assim, poder gostar mais dos outros, daqueles que me preenchem os dias, a cabeça e o coração.
Mesmo havendo merdas que me chateiam, irritam, desorientam, que me fazem passar da marmita, já sei lidar melhor com elas, já consigo ter mais serenidade e discernimento para as ultrapassar.
Há ainda muitas arestas por limar, vou tentando, mas às vezes não me apetece e desisto e depois volto a tentar ...., e depois choro por mim e depois rio-me de mim.
Ninguém é feliz toda a vida, ninguém é infeliz a vida toda. Viver é dar espaço à angústia, à tristeza, ao desamor, ao desalento, à indiferença, à alegria, à paz, ao carinho, à emoção.