terça-feira, 4 de outubro de 2016

JÁ FUI ARTISTA DE CIRCO

Só não fui (ainda) da cassete pirata. 
Quando era adolescente, o circo era das poucas atracções que havia aqui na santa terra onde vivo e apenas no Verão. Durante o dia, os artistas saíam à rua com as suas vestes coloridas e estrambólicas, montados em cavalos e elefantes e com macacos aos ombros, oferendo bilhetes às damas.
Numa noite, esta dama e duas malucas amigas, fomos ver um espectáculo, casa cheia, muito público naqueles bancos corridos de madeira que faziam calejar o cu.
Às tantas, surge um faquir em palco, peito nu, turbante na cabeça, calças à Aladino, que pede a colaboração do público, para lhe espetar um alfinete no lombo, ora, como o sonho da minha vida era precisamente esse, lá fui ter com o homem das Arábias para o condecorar com um alfinete de dama, vi-me aflita com aquilo, porque o faquir tinha a carne rija como cornos, mas lá ficou o alfinete muito catita espetado em carne humana. De seguida saltam as minhas amigas da assistência e lá nos perfilamos as três muito sossegaditas, para vermos passar à frente dos olhos, uma faca que atirava e ficava cravada numa parede de madeira atrás de nós, nem uma pestana nos arrancou, era um artista a valer. 
No fim fomos aplaudidas como gente grande, só não fizemos carreira no circo, para não ofuscar as estrelas que lá existiam.

Imagem de Latuff


4 comentários:

  1. Nem nos meus sonhos mais "esquisitos" imaginei espetar um alfinete num gajo e ficar contente com isso.
    És doente !
    ;)))))))))))

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  2. Eu nem queria, ele é que fez questão! Qual doente, pá, foi o meu momento de glória ;))

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  3. Cruzes!!! Bem, eu acho que fugia a 7 pés!!
    Beijinhos

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    1. Qual fugias! Com aquela idade tinha a mania que podia fazer tudo é às vezes calhava. 😉

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