Faz hoje precisamente um
ano, encontrava-me de férias com a família, a 160 km de casa, que
começou o pior pesadelo e o pior susto da minha vida, em termos de
saúde, que me levou 2 vezes ao hospital, no espaço de poucos dias.
Com 47 anos de vida nunca me tinha sentido assim, nunca tinha entrado
numa ambulância.
Na 2ª vez tive que
passar a noite no hospital, saí com uma receita de ansiolíticos, um
deles para tomar em caso de SOS.
Mas eu sentia-me sempre
em SOS, o mal estar era permanente, tinha a sensação de estar à
beira dum ataque cardíaco, constantemente, dia após dia, não
conseguia perceber o que provocava aquilo no meu corpo, o
único momento em que me sentia bem era depois de jantar quando
tomava o ansiolítico e me deitava e conseguia dormir.
Fiz vários exames
médicos para despiste, entretanto o meu marido ausentou-se em
trabalho e eu fiquei numa angústia tremenda, só com as minhas
filhas e com aquela sensação horrível e constante, houve momentos
em que desesperei, pensando que poderia morrer e deixar as minhas
filhas, quem as amaria como eu, quem cuidaria delas na minha
ausência, e eu, caraças com tanto que ainda queria viver e fazer.
Numa tarde de Agosto,
tive que pedir a uma colega de trabalho que me levasse ao Centro de
Saúde, para ser assistida no Serviço de Atendimento Permanente,
mais um comprimido debaixo da língua, sem grandes resultados.
Até que, em finais de
Agosto consultei um psiquiatra, que me diagnosticou crises de
ansiedade Com a medicação comecei lentamente a melhorar, continuo
medicada e a ir regularmente às consultas.
Passado um ano, sinto-me
muito melhor, mas, também sinto que esta doença não se apaga
facilmente, é teimosa, persistente, insolente e como tal, (e com a
ajuda da medicação) todos os dias a combato, muitas vezes vou ao
chão, ergo-me com dificuldade, mas o que tenho à minha espera é
tanto e tão bom, que não desisto e resisto.
Em “compensação”,
estou em processo de aprendizagem; a relativizar, a viver com mais
calma, a ser mais sensata, a gostar e cuidar mais de mim.
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