Gosto
de ler, sempre gostei, já li mais, não sou do tipo de devorar
livros, nem é por falta de tempo, obviamente que não se consegue
fazer tudo o que queremos, mas com uma boa gestão, temos sempre um
bocadinho para aquilo de que gostamos, para o que nos faz sentir bem.
Antes de ler um livro, gosto de o folhear e passar os olhos por uma página ou duas, se tiver um pequeno resumo, melhor ainda, e quando
chego a meio da leitura, faço um esforço tremendo para não ler o
fim, mas, gosto principalmente que logo de inicio o livro me prenda,
pode ser um excelente livro, no entanto se não gostar das primeiras
páginas, levo tempo a lê-lo, até ao ponto em que sou surpreendida
ou fico rendida até ao fim.
Como
tal, se leio um livro de determinado autor e gosto, tento ler o
conjunto da sua obra, e neste momento o meu autor é Mia Couto. Não
conheço de todo a pessoa que ele é, sei que é biólogo de
formação, mas para mim é escritor e poeta de coração. Tem uma
escrita criativa, diferente, a oralidade é absolutamente fabulosa, às vezes cómica, comparo os seus livros a uma pauta de música que
se transforma em sons harmoniosos.
Mia
Couto consegue que o leitor - eu - observe a imensidão de Moçambique e as
suas cores, sinta os seus cheiros, conheça o seu povo e, numa
tentativa prazenteira, deixo-me transportar para a narrativa, fazendo parte daquela terra e daquelas gentes.
O
título deste post, é duma das personagens do escritor, neste caso
Zeca Perpétuo, do livro Mar me quer, que logo no início diz:
“Sou
feliz só por preguiça. A infelicidade dá uma trabalheira pior que
doença: é preciso entrar e sair dela, afastar os que nos querem
consolar, aceitar pêsames por uma porção da alma que nem chegou a
falecer.”
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