domingo, 4 de dezembro de 2016

INQUIETUDE

Mar, meu irmão. Com essa tranquilidade que também eu aparento tantas vezes, em dias revoltos de chuva castigados pelo vento que me queima a pele.
Ouvindo os teus lamentos murmurados em assobio, ouço o vazio que às vezes me inquieta e sufoca e que procuro aceitar e compreender para encontrar outras marés que me ergam e façam avançar, sabendo que tal com tu, hei-de voltar a recuar, a encolher-me, a engolir os meus fantasmas, numa luta sempre presente, sempre constante.
E eu que também sou feita de sal, mas não tenho o teu poder nem a tua grandeza, abraço a fragilidade da minha vida e envolvo-a em espuma de algodão doce.



2 comentários:

  1. Que saudades de ir ver o mar... nem imaginas! :/

    Beijinho,

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  2. Basta-me abrir a porta de casa para lhe sentir o cheiro. Nasci e sempre vivi à beira dele, por isso, imagino as saudades que sentes.
    Beijinho.

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