Ainda bem que assim é. Ontem, de regresso ao trabalho, quer na rua quer no local onde trabalho, tive tanto calor que me senti a sufocar e pensei que nunca conseguiria ser bombeira. Não conseguiria percorrer quilómetros dentro dum fato claustrofóbico com uma mangueira na mão, meter-me no meio dum inferno em chamas, trabalhar com discernimento no meio duma batalha inglória, com pessoas à minha volta em desespero, camaradas a tombarem no chão, escassos recursos, gaita, não seria capaz. Mesmo que hipoteticamente o fosse, chegaria o dia em que entregaria o machado, me renderia, perante tamanha incompetência e ineficácia. Penalizar com pena máxima de prisão quem acende o rastilho? Sim, se bem que seja o mesmo que prender o toxicodependente sem chegar ao traficante. Haja tomates neste país!
A minha vénia e o meu maior respeito às centenas de homens e mulheres que lutam pelo combate ao fogo por esse Portugal fora.
"O inferno são os outros", disse Sartre e o mundo tem feito o possível para lhe dar razão.
Para os bombeiros só tenho uma palavra : admiração.
ResponderEliminarMuita. Trabalhar em prol dos outros, em condições terríveis e nem sempre reconhecendo o seu valor.
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