PERGUNTO AO TEMPO QUE PASSA

Finalmente chegaste, dia mais desejado por todos nós, por quem suspiramos a semana toda, o mês todo, o ano todo. Porque não sabemos ter calma, porque nos desculpamos com mais umas horas de sono durante o fim-de-semana e com o tempo em família, quando tantas vezes, principalmente com filhos crescidos, estes se fecham no armário quarto para estudar, para amuar, para gravitarem naquele mundo pelo qual já passámos. Quando é preciso pegar na pilha de roupa que se vai acumulando e lavá-la, passá-la, arrumá-la e a casa que precisa de ser aspirada e o diabo a sete. E muitas vezes damos por nós ao Domingo à noite, cansados dos dois dias de suposto descanso e maldizemos a nossa vida. Se calhar não sabemos ser de outra maneira, nascemos insatisfeitos, sempre com pressa que acabe o dia de trabalho, que os filhos cresçam (filhos criados, sarilhos dobrados! bem verdade). Mas, esquecemos que com o passar do tempo passa a vida, vêm as rugas, os cabelos brancos, os bicos de papagaio, a miopia, a surdez, a flacidez, o aumento de peso e continuamos a desejar que venham as sextas-feiras sem querermos envelhecer, sem querermos aceitar a velhice e decrepidez dos nossos pais e começamos a ficar angustiados por nós e por eles, no entanto, sempre na ânsia do passar das horas, dos dias, do tempo. Pelo que suspiram as pessoas que trabalham aos fins de semana e durante a noite? Que passe o tempo?