Ainda ontem menina e moça me levaram de casa de minha mãe, ainda ontem tinha em mim todos os sonhos do mundo, ainda ontem era tão filha, hoje sou tão mãe, ainda ontem era tão ingénua, hoje finjo que o sou. Ainda ontem não sabia que rumo levaria a minha vida, ainda hoje continuo a não saber. Ainda ontem era tão moça, hoje já nem tanto, porque o tempo esse ilusionista, passa por mim desdenhoso, e eu corro atrás dele, sempre à espera de alcançar o infinito.
Ainda ontem era menina, e hoje que sou mulher, não renego o meu lado menineiro, porque preciso dele para viver, porque ainda preciso do colo da minha mãe, porque ainda preciso de sonhar, porque preciso de brincar, preciso que me passem a mão pela cabeça, preciso de ouvir: já passa. Preciso de continuar a ser menina, para saber ser mulher, e se algum dia me esquecer e perder de mim, chamem-me menina, talvez, quem sabe, eu consiga voltar.
O tempo como passa...
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