Cara senhora
(estrangeira, a bem da verdade), venho
esclarecê-la que não, não sou maluca nem masoquista. Quando me viu
no fim-de-semana passado, no cimo da escadaria de acesso ao Panteão
Nacional, em Lisboa, e ficou perplexa a olhar para mim, isto
é, para as sandálias que eu
calçava, de salto fininho e vertiginoso, pensou com certeza que eu
não batia bem da bola.
Mais não sabe que para lá chegar, fiz o
caminho a pé desde a Estação de Santa Apolónia, num percurso de 10 a 15 minutos, sempre a pique, tendo depois que fazer o percurso inverso a descer, que neste caso, com aquela calçada e aqueles saltos, nem os santos ajudaram.
Mas deixe-me
dizer, em minha defesa, que não sabia ao que ia, nem sabia que
ia visitar o Panteão, nem que aquilo fica situado no Alto dos Tormentos, (saiba a senhora que sou provinciana e, shame on
me, conheço pouco Lisboa), porque fui inserida num grupo cujo
objectivo era assistir ao musical de Filipe La Féria “As mil e uma
estrelas”, no Casino Estoril, mas que decidiu visitar o Panteão,
antes do espectáculo.
Uma óptima decisão, pois além de lá
repousarem grandes vultos da história de Portugal, o edifício é
lindíssimo, com uma vista fenomenal, como deve ter constatado.
Garanto-lhe que
para o Casino Estoril, fui de carro, onde fiquei muito bem sentada no Salão Preto e Prata, a deliciar-me com o musical.
Mais lhe digo que
as ditas sandálias já tiveram melhores dias, assim como as minhas
pernas, que me doem desde então.
De uma coisa
tenho a certeza, o Panteão Nacional de Lisboa ficará sempre gravado
na minha memória (e provavelmente, na sua também).
Por tudo isto e mais um par de sandálias, diga lá aos seus compatriotas, que vale muito a pena visitar Lisboa e o resto do país, obviamente.
Ilustração Inna Panasenko |
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