Chegou hoje, dissimulado, cara alegre com sol, mas com vento,
esse que cala a desgraça, e que me diz para me acautelar, que comece
a pensar nos casacos de malha, nos lenços a aconchegar a garganta,
nos pés tapados com meias e botas, e isso aflige-me, que o verniz
que ainda conservo nas unhitas dos pés ainda merece ser visto e
apreciado.
Mas o Outono é
tão necessário, claro que sim, o que não me obriga a gostar dele.
Mas o Outono é lindo e enche a paisagem de mil cores, sim, mas isso
é para os poetas, não é para mim. Mas o Outono é tranquilo, só
que vivo numa praia, onde esta bela estação se faz sempre
acompanhar de muita ventania e transforma o mar numa visão fantasmagórica, o que não me deixa nada tranquila.
É romântico o
Outono, pode ser que sim, porque a malta quer é estar no sossego do
lar, bem juntinha por causa do frio, perto da lareira. Isto para quem
tem lareira, o que não é o meu caso.
Não leves a mal
Outono, mas realmente, não te gramo (e tu ralado!), porque encolhes
os dias, porque fazes o pessoal sair do trabalho já de noite, porque
logo de seguida mandas o Inverno, no entanto respeito-te, por isso,
vem de mansinho, para eu me ir habituando à tua presença.
Mas, venham daí
as castanhas, o doce de abóbora e o chocolate quente, que adoçando-me a boca, adoças-me o coração, por uns instantes ...
Que sensibilidade. Acho que o outono vai apreciar.
ResponderEliminarBeijinho,
Mia
E eu também se ele vier suave. Beijinho.
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