Um dia destes quando cheguei do trabalho tinha a casa vazia, ia passar o serão sozinha.
Nem jantar fiz, como é costume quando o resto da malta não está, e quando está tem dias... adiante!
E que fiz eu nestas circunstâncias?
O que qualquer exemplar dona-de-casa faria.
Meti mãos à obra, no caso, à roupa e lavei umas quantas máquinas, que benzódeus, o cesto da roupa suja nunca está vazio - assim estivesse a minha carteira.
Roupa lavada, tempo húmido e frio de Janeiro, que apanha sempre uma pessoa de surpresa - só comparável à novidade acerca da fortuna da santinha da Zabel.
Vai daí, pego na roupa, enfio-a no carro e lavandaria com ela.
Saí de lá com a roupa seca e praticamente passada a ferro.
Sim, que eu só passo o estritamente necessário e mesmo assim, contrariada.
Foi portanto um serão muito clean, que nem por isso me deixou a babar de felicidade.
Já pensei em apresentar a demissão desta profissão de dona-de-casa, mas a quem, senhores?
E nesse caso teria direito a subsídio de desemprego ou ao rendimento social de inserção?
Nestas questões fracturantes, ninguém fala nas tv´s deste país, não há um contras e contras, um Miguel Sousa Tavares, uma Constança Cunha e Sá, na loucura, um Pacheco Pereira.
Ora, merda.
* Vieram ao engano com este título, né?
Depravado(a)s!