daqui a dias faço 52 anos.
Vou estar uns dias fora, vou para um retiro zen.
Tão zen que a malta anda zen roupa, zen preocupações, zen ansiedade.
Onde apenas se ouve o chilrear dos passarinhos e a água duma cascata.
Não que a idade me atormente ao ponto de precisar deste afastamento.
Aliás, quem me conhece não me dá mais de 49 anos. Juro.
Estou muito grata à vida por chegar a esta idade - e nem 50 kg pesar (vão buscar!)
Sou muito grata pela família que tenho, pelos amigos e até por merdas por que passei e que me ensinaram a relativizar, a preocupar-me apenas com aquilo que realmente é importante para mim e até a virar as costas quando é preciso, porque já não tenho pachorra nem ligo a egos inflados.
Já controlo melhor a minha ansiedade e o meu feitiozito, mas tendo pavor a pessoas perfeitas, nunca chegarei a um qualquer estádio de plenitude...
Para mim não há céu nem inferno, apenas sete palmos de terra em cima quando chegar a minha hora.
(Pois é, o pessoal um dia quina, ou pensam que ficam cá para semente?)
Por isso, agarro a vida que me coube com grande reverência.
Despeço-me de vocês com 51 anos para voltar aos 52 igualzinha sem tirar nem pôr.
Se esperam que a idade me traga alguma sensatez na forma como escrevo, tirem o cavalinho da chuva, ou neste caso do sol, que está uma brasa do caraças.