Ontem foi o último dia de trabalho duma colega que se aposentou. Um dia que andava a ambicionar há muito, já se notava a saturação dos 66 anos de idade e muitos outros de trabalho.
Não nos despedimos, dissemos até amanhã, porque estamos felizes por ela, porque sabemos que nos irá visitar sempre que possa e tenha vontade, porque a vida é mesmo assim. Vamos sentir a sua falta e acreditamos que leva consigo boas recordações.
Houve bolo, selfies, flores e beijinhos, assim como, sempre houve respeito e ternura nos anos que convivemos.
Faltam-me 16 anos para atingir a idade da aposentação - se entretanto, não aumentar ou eu não quinar - há dias em que me custa levantar tão cedo e pôr um sorriso na cara, há dias em que não me apetece aturar ninguém e sei que também é difícil aos outros terem que levar comigo (só às vezes), em que apenas desejo puxar as mantas até às orelhas e deixar-me ficar sossegada, ser dona e senhora do meu tempo, não ter de ouvir o que não gosto, não aturar merdas de pessoas que não sabem agir em conformidade com o cargo que exercem, mas antes como crianças birrentas.
Há dias bons, claro que sim, felizmente tenho bom ambiente de trabalho - já foi pior, ui ...........
Mas, tanto pessoal como profissionalmente, vivo um dia de cada vez, não faço planos, projectos a longo prazo e tento não me queixar muito. A vida vivo-a no presente.